Corte os Carboidratos Refinados

Corte os Carboidratos Refinado


OBS: As informações aqui presentes não se destinam a substituir o conselho do seu médico. Os leitores são incentivados a consultar outras fontes e fazer julgamentos independentes sobre os assuntos discutidos.

Produtos industrializados estão cheios de carboidratos refinados em suas composições, dentre os quais, se destacam: 

Farinha de trigo → feita a base de amido, que é um carboidrato constituído por, a grosso modo, várias moléculas de glicose. É encontrado na natureza, mais especificamente na batata, arroz e trigo, principalmente. É a base de grande parte das receitas de bolo, pães e massas em geral. Quando o corpo humano a digere, entra na corrente sanguínea como glicose.

Farinha de Trigo

Açúcar de mesa → feito à base de sacarose, um carboidrato cuja molécula é composta por 01 molécula de glicose e 01 de frutose (elemento que dá o sabor doce), que é um tipo de açúcar encontrado nas frutas, em baixa quantidade. O açúcar de mesa, assim como a farinha de trigo, é a base de boa parte das receitas, onde é quase a totalidade das receitas doces. Quando o corpo humano o digere, entra no sangue como glicose e frutose.

Açúcar de mesa

Sendo assim, veremos abaixo como o corpo metaboliza a glicose e a frutose. Mas antes disso, precisamos entender algumas funcionalidades do pâncreas e do fígado.

Pâncreas

O nível de glicose no sangue (glicemia) é constante, normalmente. A glicemia acima do normal é tóxica para o corpo. Sendo assim, quando ela está acima, o pâncreas despeja um hormônio chamado insulina no sangue, contendo as seguintes funções:

  • Pausar momentaneamente qualquer queima de gordura e estocar a gordura presente no sangue, a fim de que o corpo adote como método de obtenção de energia a queima da glicose, até que a glicemia volte ao normal.
  • Levar as moléculas de glicose até as células para serem usadas como energia.
Pâncreas

Fígado

O fígado é o órgão responsável por desintoxicar o corpo, transformando substâncias tóxicas em não tóxicas. Além disso, tem como funcionalidade: 

  • Fabricar glicose e colocá-la no sangue quando a glicemia está abaixo do normal (gligoneogênese).
  • Parar de fabricar glicose quando há a presença de insulina (que indica que a glicemia está acima do normal).
  • Pegar o excesso de glicose no sangue, que não foi totalmente aproveitado pelas células e transformar em :
Glicogênio, a fim de que sejam armazenadas no próprio fígado e nos músculos para serem usados posteriormente como fonte de energia.
Gorduras (lipogênese), a fim de que sejam armazenadas nos tecidos para serem usadas posteriormente como fonte de energia. 
Diversas outras substâncias, como por exemplo, os triglicerídeos.

É importante entender que o corpo utiliza a seguinte ordem para a queima de energia:

1) Utiliza a glicose presente no sangue, proveniente da digestão.
2) Caso a glicose acabe, ele usa os reservatórios de glicogênio (que são pequenos).
3) Somente depois disso, o corpo começa a queimar gordura.
Fígado ( em marrom escuro)

Tendo visto esses conceitos, vamos entender como o corpo metaboliza a farinha de trigo e o açúcar de mesa.

Farinha de Trigo

1) Quando o corpo digere a farinha de trigo, uma grande quantidade de glicose entra no sangue em curto espaço de tempo. A glicemia, portanto sobe de forma abrupta.

2) O pâncreas, por sua vez, despeja uma quantidade de insulina maior que o normal, a fim de retirar essa grande quantidade de glicose da corrente sanguínea e levá-la até as células.

3) Como as células não conseguem aproveitar toda a glicose para energia, o fígado transforma esse grande excesso de glicose em:

  • Glicogênio em excesso a ser armazenado nos músculos, fazendo com que o corpo fique inchado.
  • Gordura em excesso a ser armazenada nos tecidos, causando quadros de obesidade.
  • Outras substâncias em excesso, como os triglicerídeos, os quais, em níveis altos, estão altamente relacionados com doenças cardiovasculares.

4) A grande quantidade de insulina diminui demais o nível de glicose no sangue, deixando-o abaixo do normal. Isso causa sono e fome. Em termos práticos, se a pessoa come um prato de macarrão (que é cheio de farinha de trigo), logo em pouco espaço de tempo, ela sentirá sono e, posteriormente, fome.

Açúcar de mesa

1) Quando o corpo digere o açúcar de mesa (sacarose), ele se transforma em glicose e frutose e entra na corrente sanguínea. A glicemia sobe abruptamente por causa da glicose, e não por causa da frutose (nenhuma célula do corpo utiliza a frutose como fonte de energia).

2) O pâncreas, por sua vez, despeja uma quantidade de insulina maior do que o normal, a fim de levar essa glicose em excesso até as células. Por outro lado, o pâncreas nada faz em relação ao aumento de frutose no sangue.

3) Enquanto o fígado metaboliza somente a glicose que não foi utilizada como energia (transformando-a nos produtos vistos no item 3 anterior), ele metaboliza toda a frutose, pois é o único órgão do corpo humano a reconhecê-la. Ele, então, a transforma em:

  • Gordura em excesso (muito mais do que a glicose). Cerca de 30% da frutose que é ingerida é transformada em gordura.
  • Demais substâncias em excesso, incluindo triglicerídeos (mais do que a glicose) e ácido úrico (que, assim como os triglicerídeos, está associado com doenças cardiovasculares).
Estudo comparando a produção de gordura após ser ingerida a mesma quantidade de frutose (em branco) e glicose (em preto). Observe que a produção de gordura gerada pelo consumo de frutose é muito maior que a gerada pelo consumo de glicose.

4) A grande quantidade de frutose faz com que o fígado fique com resistência à insulina. Isso quer dizer que o fígado continuará fabricando glicose, mesmo que o nível de insulina no sangue estiver acima do normal. Dessa forma, a frutose causa indiretamente um aumento da insulina. Fonte: Nova teoria sobre como resistência à insulina e doença metabólica começam

5) Essa insulina fará com que o corpo estoque mais gordura, contribuindo ainda mais para quadros de obesidade.

6) A frutose, em grande quantidade, atua no hormônio chamado leptina, o qual regula a fome. Sendo assim, o corpo sentirá mais vontade de comer, quando na verdade, não precisa comer, fazendo com que o quadro de obesidade se agrave ainda mais.

Adicionalmente, a frutose causa efeitos bastante semelhantes aos malefícios do álcool, conforme palestra do Dr Robert Lustig:

Semelhança entre os sintomas de excesso de frutose e excesso de álcool

É importante ressaltar que consumir frutas não é algo venenoso porque as fibras, presentes nelas naturalmente, atenuam os efeitos ruins da pouca quantidade de frutose que as frutas possuem. Entretanto, a indústria fabrica produtos que possuem alto teor de frutose e baixa quantidade de fibras, tornando a frutose algo venenoso para nosso corpo, caso ingerido frequentemente por um longo período de tempo.

Frutas quando consumidas de forma natural não são venenosas

Sistema Imunológico

Conforme o livro, "Super Nutrition for Babies - Katherine Erlich, M.D. and Kelly Genzlinger, C.N.C., C.M.T.A", 80% do nosso Sistema Imunológico está concentrado no intestino. De acordo com o livro "Healing and Preventing Autism - Jerry Kartzinel", a melhor maneira de fortalecer a imunidade é diminuir o consumo de qualquer tipo de açúcar, incluindo glicose e frutose.

Nosso intestino abriga microorganismos bons, constituindo a Flora Intestinal

De fato, o nosso intestino é local de habitação para inúmeros microorganismos. A alta ingestão de açúcar (ou seja, o consumo de carboidratos refinados) faz com que este vire alimento para bactérias ruins dentro do intestino, enfraquecendo, dessa forma, o Sistema Imunológico.

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